sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

BÁLSAMO.

Por qual pecado volta novamente
a ferir-me as carnes este açoite?
Decidido está que eternamente
em mim, sempre a luz se faça noite?
Tenho ainda de passadas eras minhas,
no peito, um ferrete de estranho luto,
de esperanças vis e vãs e mesquinhas.
Dentro dele suporto, um infecto fruto.
A ilusão em agonia chama-se esperança.
O desejo, o que é, a não ser a vigília
do funeral em que é vedada a nossa presença.
Tenho totais trevas também na lembrança,
insana morada, com estranha mobília
que por fim carregarei como ultima crença. – (Dário B.).

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